A “indesejada das gentes” tem ultimamente, voltado suas vistas para os Baldoinos de Picos . Há poucos dias arrebatava à vista de todos, o valoroso filho de Maria Alvina e Quincas: Abel de Barros Araújo. E hoje, nessa manhã esplendorosa de abril, lança no túmulo um dos Baldoinos mais inteligentes nascidos na terra abençoada dos picos picoenses: Carlos Luís Nunes de Barros. Conheci bem de perto este rebento primoroso de Teresinha e Helvídio Nunes, nos anos distantes de 1977 e 1978. Diretor Pedagógico do Colégio Politécnico na Asa Norte de Brasília, fui seu Professor de Física por dois anos. O brilho invulgar da inteligência daquele jovem de dezesseis anos, me saltava aos olhos e extasiava a mente. Filho de político bem sucedido no campo das ciências humanas, chamava a atenção em Carlos Luis sua aparente vocação para o campo das ciências exatas. Era de longe o primeiro aluno da turma em Física e Matemática. Não me surpreendi ao saber depois de seu brilhante sucesso no Curso de Engenharia da Universidade Federal em Pernambuco. Com um pai vitorioso na política como Governador e Senador da República, aventurou-se, ainda que por breve tempo, nas lides políticas, como Deputado Estadual e como Vereador de Picos. O ser humano primoroso que sempre foi e a pessoa humana de fino trato que sempre carregava consigo, levaram a sempre me dirigir a ele simplesmente como “Charles”. Sei que agora ao ligar para o Charles, do outro lado da linha não terei mais retorno :...ôi tio, o que o Senhor manda? Confesso que nos últimos meses já não lhe ligava quase, pois sabia do estado delicado de sua saúde. Por mais que a gente saiba que a vida é assim mesmo - uns vão saindo e outros vão chegando - o que, neste instante, martiriza a todos que privavam de sua amizade, é saber que ele era uma estrela a brilhar ainda por muitos anos no firmamento picoense.
Ah! Mês de Abril!
Nem Casimiro de Abreu nos seus versos de exaltação à terra berço, poderia prever um mês de abril como esse!
“Picos, terra de Amores,
Alcatifada de Flores,
Onde a brisa fala Amores,
Nas belas tardes de Abril!”
por prof Jonathas de Barros Nunes